Eu estava conversando com um amigo e ele me contou que tinha uma vontade muito grande de andar naqueles carrinhos com motor no supermercado. Aqueles exclusivos para pessoas muito idosas e/ou com problemas de locomoção. Era mais do que uma vontade qualquer, era um sonho. Mas com seus vinte e poucos, alto, forte e super saudável, jamais iriam deixá-lo fazer isso. “Você quer mesmo andar naquele carrinho, muito, é importante pra você?” Sim, ele respondeu. Eu me senti dentro de um livro do Sidney Sheldon. Como a história do carrinho é pequena, vou contar do livro: a personagem era uma mulher ambiciosa e sedutora, e pretendia ajudar um homem a fugir do país. Acho que era judeu, na época da guerra. Mas ela não sabia como fazer. Aí, numa festa, encontrou um escritor e disse que estava escrevendo um livro e empacou, não sabia como salvar o personagem. Ela contou para ele a sua situação como se fosse um livro. O escritor inventou na hora a saída: colocar o judeu no porta-malas enquanto a mocinha fazia um figurão nazista levá-la para um passeio, atravessando a fronteira. Assim ela fez e salvou o judeu.
Voltando ao caso do supermercado. Eu sugeri ao meu amigo chegar no supermercado mancando, dizer pro funcionário que havia acabado de se machucar no caminho e se poderia, se não fosse muito incômodo, fazer suas compras com um daqueles carrinhos elétricos. Deu certo.
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