Meu único receio é a falta de paciên$$ia.
Arquivo mensal: junho 2008
Frio sujo
No frio, a tendência natural é ficarmos sujos e peludos.
Minha primeira vez num palco
O que eu, uma mestre, socióloga, casada, 31 anos recém feitos, estou fazendo aqui no meio dessa gente?
No caso, o aqui era a coxia da Ópera de Arame, e o gente, eram os dançarinos do Dança Curitiba 2008. Quando saí de casa, minha preocupação era uns detalhes, como um pézinho torto e uma cabeça mais enfática. Prestes a subir no palco, eu só queria saber de sair dali viva. E se, ao pisar no palco, eu ainda soubesse o meu nome, já estava bom.
O que dizer da hora H? Eu tremia. Pra relaxar eu quis olhar pra Larissa, que sempre caía na risada quando a gente se olhava no ensaio, mas ela ficou séria. Na hora da fatídica piruetta, descobri que não tem onde fazer foco no palco. Quando caí (intencionalmente) no chão, achei que estava de costas pro público. Percebi cada milímetro de erro, cada acelerada, e o pensamento de que a Mônica vai me matar não me abandonou ainda – espere só até ela descobrir as coisas que eu fiz quando nos assistir pelo DVD ou quando eu contar que perdi a minha faixa de cabelo!
De acordo com a avaliação tendenciosa, amorosa e tudo-mais-o-que-interessa do Luiz, da Janine, da Teca e da minha mãe, eu fui bem. Não parecia nervosa, não parecia que tinha errado um monte de coisas, e tudo foi lindo. Quando eu me apresentar no fim do ano com o grupo da Federal, cheio de gente pra colar e me esconder, vou achar bolinho! Ah, e preciso gastar o vale-massagem que a Teca me deu de presente de aniversário…
Dias intensos
Hoje é a grande noite! Será que vou tomar gosto pela coisa?
Correspondência amorosa
No ano passado, desempregada, esse problema ficou resolvido. À tarde eu estava sempre aqui. Só tinha que ficar atenta à Dúnia, porque a gente desinstalou a campainha e eu só sei que tem alguém lá na frente quando ela começa a latir. Aí eu acordava descabelada, colocava alguma roupa e ia receber o carteiro.
Foi aí que começou. Não sei se a culpa foi a falta da aliança, mas o fato é que o sujeitinho começou a querer puxar papo comigo. A falar da campainha, do tempo, a ser simpático. O que eu poderia fazer? Não podia mandar tomar naquele lugar porque fiquei com medo de nunca mais receber cartas! Fiquei atenta ao horário (16h), coloquei a aliança, rosnava e colocava toda a minha frieza mal aprendida com esses anos de Curitiba. Não adiantou muito. Meu carteiro me chama pelo nome. Um dia estava passeando com a Dúnia no campinho de futebol e ele foi lá me entregar as cartas.
Esse ano eu comecei a dança e agora volto pra casa no fim da tarde. E não é que um dia ele me viu chegando às 16:30 (“você sumiu…”) e desconfiou do meu novo horário? Hoje estava entrando em casa pra lá das 17 e recebi minha carta registrada. =/