Já que faz tempo que ninguém me envia um
même, inventarei um. Vou colocar aqui 5 personagens da literatura que, de alguma maneira, foram marcantes.
A eleição de personagens já retira da lista alguns livros bons. Em autores como Saramago ou García Marques, há uma grande história faz com que os personagens sejam coadjuvantes. Ou no caso do Kundera, eu classificaria todos os personagens como marcantes e me sentiria injusta de escolher apenas um. Com Dostoiéski, me vejo um pouco em cada um, como se fossem arquétipos. E se tivesse lido Camus há menos tempo, provavelmente ele estaria na lista, mas agora não sei citar ninguém dos livros dele em especial.
Feitas essas ressalvas, vamos à lista em si:
5º lugar: Marley
Um dia eu vi na livraria a edição especial com fotos do Marley que não aparecem na edição comum. E me emocionei lá, de pé. Fui no Youtube procurar por ele, olho pra todos os da raça dele com mais simpatia. O livro nos faz amar o Marley como se fosse nosso – e amar ainda mais o cachorro que temos ao nosso lado.
4º lugar: Liesel
Como pode uma criança sofrer tanto e seguir em frente? É como se a resposta pra ela pudesse garantir que a gente também consegue ir em frente apesar da morte e da dor da separação. Dá vontade de pegar a Liesel no colo e levar pra muito longe…
3º lugar: Brás Cubas
“Se bela, por que manca? Se manca, por que bela?” Como não gostar do cínico e verdadeiro Brás Cubas? Só mesmo quem gosta de se ver muito melhor do que realmente é. Eu li o livro e me perguntei se eu não seria como ele e não estou sabendo.
2º lugar: Capitão Birobidjan
“Iniciamos agora a construção de uma nova sociedade” – essa é a máxima do Capitão. E é repetida durante o livro inteiro, porque é difícil construir sozinho. Sem dizer que o livro é muito engraçado. Não sei se pela teimosia, pelo ideal marxista, pela persistência em tentar levar sentido pra tudo o que faz… fiquei encantada com o Capitão e agora vivo querendo iniciar a construção de uma nova sociedade também.
1º lugar: Orlando
Por fora, a vida de Orlando muda de maneiras que ninguém conseguiria. Muda de idade, gênero, atividade, vive centenas de anos… Por dentro, Orlando tem um olhar apaixonado pela vida – às vezes melancólico, outras vezes divertido – algo que parecia não existir fora de nós. Anos sem importância podem ser resumidos em uma frase, enquanto uma paixão pode consumir capítulos inteiros. Orlando é o meu amor literário da minha vida.
Eu passo a bola pra: Imagens, DoritosBaka, Alessandro Martins, Rota de Fuga e Pseudoblog.