Sistema cérebro espinhal

cerebro espinhal

O ideal seria não se importar com nada. Olha para a transitoriedade das coisas e não se magoar. Ser indiferente à solidão ou ao estar acompanhado, abrir e fechar empresa com como se estivesse com a vida ganha. Mas se eu conseguisse tudo isso, seria Buda e o que estaria fazendo na frente deste computador. Não sou feliz o tempo todo, mas já vi que qualquer postagem deprimida me incomoda, como se reforçasse, por isso evito. Mesmo com tudo muito hard, não tomei remédio, não faltei um único compromisso e não estourei nenhuma conta; o que ouvi foram queixas de que não me deixava ser ajudada porque não me abria. É verdade, sou muito mais a que ouve os problemas – não gosto do efeito Panic Button da maioria das pessoas ao ouvir confidências. Já tive que deixar claro pra amiga que não é que esconda coisas dela e sim que não dou importância, deixo pra lá e não permito minha mente ir pro assunto. Sou como o sistema cérebro espinhal: quase todos os assuntos são recuperáveis e negociáveis, menos LÁ. Restringi meu eu a poucas relevâncias, o que na maior parte do tempo é ótimo. Posso dizer que meu estado de espírito preferido é o estável. Mas aí recebi um e-mail, quase por engano, que passou raspando, e entrei em colapso, frágil como um castelo de cartas.