Arquivo mensal: setembro 2005
It’s my life
A volta da Abominável Fernanda das Neves II
Caminhante: Nossa amiga Regina, de Brasília, pergunta:
Abominável: Regina, querida, a solução é muito simples: arrume um homem.
A volta da Abominável Fernanda das Neves
Caminhante: Por que tanto tempo afastada dos holofotes, Abominável?
Caminhante: Que magnifico! Foi enriquecedora a experiência?
Caminhante: Alguém para carregar?
Abominável: Newman, meu criado pessoal carregou a mala para mim, era muito pesada. Uma mulher, como eu, não pode se expor a esse tipo de humilhação!
Caminhante: Claro, claro. E que outras lições você tirou dessa viagem arquetípica em busca do eu interior interno?
Abominável: Estava falando com meus empresários esta semana sobre isso. Quero que outras pessoas tenham a oportunidade de se enriquecer como eu. E que possam fazê-lo com mais conforto. Estou pensando nas milhares de peregrinas que passam lá e só tem aquelas coisas antigas no caminho. Alguém tem que construir um shopping lá. É um nicho de mercado para a qual ninguém está atento!
Caminhante: Oh, é verdade!
Tacos na chuva
Fale alguma coisa!- disse o Renato
Só nesse momento percebi que o Renato havia dito umas três coisas e eu só me limitei a ouvir. Eu tenho esses lapsos involuntários de vez em quando. Tento evitar- isso deixa as pessoas sem graça- , mas quem me conhece bem sabe. Quando estou tão à vontade, quando estou tão eu mesma e, principalmente, quando estou aproveitando bem o cenário. Estava vivendo um momento daqueles memoráveis: chovia pingos cada vez mais grossos. O céu de Curitiba estava azul bem escuro, quase anoitecendo. O ar estava fresco e nenhum pingo de atingia, pois eu estava sentada numa barraquinha de rua com um amigo muito querido, que comia o 2. taco da sua vida. Em toda a minha vida nesta cidade, nunca devo ter vivido algo assim. Nunca estivesse nesse local, tranqüila, feliz, com um amigo, vivendo uma chuva. Era algo muito, muito especial.
Ter uma história na cidade tem dessas coisas. Os momentos diferentes se tornam raros. Eu passo pelas ruas com pouca novidade e a rua XV em especial eu atravesso todos os dias. Olho para os lugares dessa cidade e digo: foi aqui que eu casei, foi aqui que eu estudei, passo aqui todos os dias… assim como digo: meu irmão ficou nesse hospital quando sofreu acidente, aqui eu levei um fora, aqui eu chorei… A história da cidade se confunde com a minha, o que faz com que meus sentimentos por ela sejam bem ambiguos às vezes.
Foi a primeira vez que recebi alguém na minha casa, que apresentei a cidade a um turista. Assim como nunca sabemos nada sobre nós mesmos, que impressões causamos, que idiossincrasia nossa chamou a atenção dos outros, é a mesma coisa mostrar a cidade da gente para os outros. No Rio, me chamou a atenção todos os canudos estarem protegidos por papel… qual detalhe terá chamado a atenção do Renato?
Reinício
Aos meus novos 3 leitores um aviso: eu não sou (tão) chata assim.