Primeiro, a questão do sexo. Até a gente casar, oficialmente você não faz sexo. Por mais que a primeira vez faça parte de um passado distante, ou você viaje sozinha com um namorado de muitos anos. No dia em que você casa, você deixa de ser socialmente virgem e entra no mundo dos que tem vida sexual regular. Isso faz com que mulheres maduras e velhinhas, católicas e tradicionais, parentes e desconhecidas, se sintam à vontade pra falar de sexo com você. Porque você é casada, você sabe do que elas estão falando. Sim, isso é bem esquisito no começo.
Eu sempre fui uma pessoa totalmente enjoada com relação a baladas & ficadas. Não gosto de lugares onde a gente precisa conversar gritando, e nunca tive vontade de fazer esse esforço pra ficar com um boyzinho fedendo cerveja. Quando era solteira, havia uma pressão muito grande pra ser mais flexível. Em outras palavras, eu não tinha o direito de dizer não. As pessoas ficavam ofendidíssimas quando eu preferia dormir cedo ao invés de ir pra qualquer lugar à noite. Se me chamavam pra uma balada, eu tinha mais é que largar tudo pra ir. E, chegando lá, deveria corresponder à cantada de qualquer homem apresentável. Qualquer lugar e qualquer um, porque ser solteira é como estar num barco a deriva e desesperada pra sair dele.
Hoje continuo enjoada como sempre, mas nunca mais me encheram o saco. Quando digo não a um convite, todos supõem que não posso sair porque sou casada. Simples assim. Ninguém mais se ofende ou acha que eu sou um alien. Quanto ao assédio, eu já disse que ele continua, mas de uma maneira diferente. Só que quando eu era solteira e dizia não, tinha que assistir uma resposta exasperada, que nas entrelinhas dizia: Como assim, “não”? Você está sozinha e eu estou disposto a ficar com você, você deveria me agradecer!. Hoje dizer não aumenta o meu ibope de mulher séria.
Eu sempre digo que nasci para o casamento e não sabia. 😉