Pré venda do meu livro – finalmente este dia chegou

Com mais de duzentas páginas, meu sonho de publicar finalmente é uma realidade.

Como pessoa tímida que sou, colei o lançamento a um evento do Perla Flamenca, que realiza a cada bimestre um Encontro de Arte. Quem for conhecerá um pouco da cultura do flamenco, ouvirá canto e música ao vivo, verá uma apresentação de dança e me ouvirá ler pela primeira vez no universo um trecho do meu livro. Precisa reservar lugar, então entrem no Instagram @perlaflamenca.

O tal brinde artesanal é uma cobra feita de chita, inventada e costurada por mim. Desenrolada, ela tem cerca de 50cm. 🙂

Pessoas de outra cidade ou que de alguma forma precisarão do envio pelo correio: a forma mais econômica é o Registro Módico, mas ele só aceita livro dentro do envelope. Pensei em algumas alternativas:

  • Envio o livro pelo Registro Módico e guardo a cobra pra um dia que você possa vir, eu vou, alguém vem;
  • Envio o livro junto com a cobra por PAC;
  • Envio o livro pelo Registro Módico com um trucão, uma capa ou um marcador feito de tecido.

Cada um com as suas prioridades de lembrancinha e frete, por isso tratarei cada caso individualmente. Vai pensando aí.

Uma ambição

Eu cresci vendo as entrevistas do Jô Soares Onze e Meia e essa minha ambição foi crescendo imperceptivelmente ao longo dos anos por causa disso. Não, eu nunca sonhei em ser entrevistada pelo Jô.

Como eu disse, cresci vendo as entrevistas do JÔ, eu era pequena quando comecei. O Jô normalmente começava entrevistando uma pessoa famosa no primeiro bloco, que era mais longo, e depois vinham mais dois blocos curtos com os especialistas em alguma coisa, gente que publicou algum livro, enfim, os desconhecidos. O programa era tarde, então eu (e a maioria) só conseguia assistir a primeira entrevista e olhe lá. Como eu era criança, pra mim todos os primeiros entrevistados eram os “artistas de TV”. Se estavam na TV e eram famosos é porque eram bons. Dava para perceber que o Jô tratava os entrevistados, mesmo do primeiro bloco, de maneira diferente – com alguns ele brincava, podia até ser meio maldoso, enquanto que com outros ele se derretia e ouvia o entrevistado com prazer. Eu levei muito tempo para perceber qual era o padrão – não era por idade, não era por sexo, não era por horário de novela, pelo que era? Só mais tarde eu percebi que era o talento. Ele entrevistava de qualquer jeito aquele que por ora estava na mídia e em pouco tempo ninguém ouviria falar. Já aquele que tinha estofo, consistência, chama interior, etc., o Jô tinha alegria de estar com a pessoa porque via nele um igual.

Minha ambição tem a ver com esse olhar.

O Jô era incrível, a cultura, o talento, a inteligência, tudo. Somado à experiência de vida e tempo de TV, ele tinha olho para identificar o real do transitório. Uma coisa é ser educado e tratar bem, mas o brilho no olhar de admiração não é algo que se fabrique e se exija de alguém. Vi isso no documentário do Chico Buarque, por exemplo. Como ele, muito novinho, já conheceu os grandes artistas da época e foi incorporado a eles sem o menor problema. Um Vinicius de Moraes, já sendo um Vinicius de Moraes, olhou para aquele rapaz lindinho e o tratou de igual pra igual. Estou assistindo a série da Netflix sobre o Fito Paez e ele mal tinha chegado aos vinte e já foi parar na banda de Charly Garcia, uma mega super ídolo do rock argentino. Porque o Charly Garcia era bonzinho? Não, porque talento reconhece talento.

Quem é da mesma turma se reconhece. Em todas as áreas sempre têm os admiradores, os turistas, todos nós somos um pouco esses. Aqueles que fazem uma aula durante uma época da sua vida e param, até aqueles que praticam uma atividade durante parte da sua vida porque se sentem atraídos, mas nunca chegam a ser realmente bons nelas. Tem também o caso mais triste: praticar uma atividade seriamente na vida e ser sempre da turma dos normais, dos persistentes, jamais do time dos grandes. Meu sonho seria receber um olhar desses de admiração, igual do Jô, por algo que eu fiz. Seria um reconhecimento pra minha alma. Mas, como já me disseram mais de uma vez, eu sou ambiciosa demais. O possível era quando sonhávamos em ser entrevistados por ele e tá ótimo.