Minha primeira decepção com a cowparede foi ver alguns nomes conhecidos – fiquei com uma impressão ruim vendo os mesmos nomes de sempre. Talvez porque participaram os mesmos juízes de sempre, aqueles que acham que Curitiba tem só meia dúzia de artistas. Enfim.
Pelo organograma oficial, as vacas seria expostas no final de outubro. A data foi chegando, as propagandas de vacas surgiram em todos os pontos de ônibus. Mostravam uma vaca num carro, fantástica. A data chegou, as vacas não, os cartazes sumiram. Mistério – seriam os curitibanos tão desatentos e antipáticos que nem perceberam a presença das vacas? O que aconteceu foi o seguinte: eles não conseguiram patrocínio o suficiente. Projetos caros e aprovados não foram executados. O governo teve que intervir, a pastoral da criança comprou umas vacas, vai ter leilão… coisas de cidade que não tem cultura pra esse tipo de evento.
Por causa da falta de dinheiro, as vacas começaram a ser expostas agora, com atraso. Os cartazes voltaram a ser exibidos, a imprensa não divulgou pela segunda vez e a população não entendeu nada e se desmobilizou. Pra piorar, as vacas foram colocadas em lugares horríveis – perto de pontos de ônibus, construções, cantos. Tem que saber que tem uma vaca por ali e procurar com vontade. Das 3 vacas que eu vi, 2 delas foram pintadas por crianças das pastorais – são feias pra caramba e não tem mensagem nenhuma. Aquelas vacas bonitas dos cartazes – bandida e sentadona no sofá – são da cowparede de São Paulo.
Resultado: não estou mais frustrada de não ter entrado. Frustrada eu ficaria se fizessem tudo isso com um trabalho meu. Vou participar de um evento paralelo, as cowtadinhas. Em poucos dias, manderei spam com minha vaca para os amigos. Ela era linda, vocês vão ver.