Arquivo mensal: dezembro 2010
Melhores momentos do Alma Flamenca
2010, um ano de expectativas
Fora isso foi um bom ano. Que venha 2011.
A falácia do panetone
Até hoje minha mãe nega a verdade.
Desculpa
É você é que mal passado e que não vê
DEUZULIVRE.
Pregui
No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite. Houve um momento em que o silêncio foi tão grande escutando o murmurejo do Uraricoera, que a índia patanhumas pariu uma criança feia. Essa criança é que chamaram de Macunaíma. Já na meninice fez coisas de sarapantar. De primeiro passou mais de seis anos não falando. Se o incitavam a falar, exclamava:– Ai que preguiça!…
e não dizia mais nada.
Só na humildade
Festas de Fim de Ano
Já do reveillon eu gosto, muito. Gosto da idéia de passagem, do ciclo que se fecha, de fazer retrospectiva e acreditar que tudo será diferente. Valorizo muito o primeiro minuto e nesse momento gosto de dar um abraço sincero em quem amo. Quem se casa sabe: festas de fim de ano se tornam mais um problema, um momento em se dividir entre as famílias. Por causa disso, tenho optado em estar com a família do Luiz na virada do natal. Não me importo (tanto) de abraça-los nesse momento. Sei que serei medida de cima a baixo – se estiver bem vestida é porque sou perdulária e estou torrando o dinheiro do Luiz; se mal vestida ou mais gorda, minha sogra e cunhada ficarão felizes em pensar que estão melhores do que eu. Tudo isso pra, no fim da noite, receber presentes que demonstram um esforço deliberado em me diminuir. Antes do ano acabar, já terei me livrado de tudo. No reveillon faço tanta questão de ficar à vontade e feliz que não vamos à casa de ninguém. Já tentamos reunir amigos, mas todo mundo sempre precisa prestar contas à suas próprias famílias. Então, passo com a minha, com os que realmente me importam: o Luiz e a Dúnia.
Hélio Leites II
Nunca me esquecerei. Estavamos no sofá e em cadeiras, em umas cinco pessoas. Logo a frente, uma mesa e um caixilho de porta que mais parecia um teatro. Sem cerimônias, Hélio Leites abriu a bolsa cheia de miniaturas e começou a contar a história de cada uma delas. O sonho da casa própria, o discurso de Santo Antônio aos peixes, bailarinas, remédios, metáforas. Uma história puxava a outra e a cada caixinha ele acrescentava um verso, uma observação inteligente, um jogo de palavras, uma piada. Tudo articulado, tudo caprichado. Até o boné que ele estava usando tinha uns bonequinhos e ele nos mostrou que mantém o cabelo curto com uma enorme franja grisalha, que também serve como elemento cênico. No final dessa meio hora ou mais, eu estava com as bochechas doendo de tanto sorrir e rir. Saí de lá tão feliz, tão leve, como se tivesse recebido uma boa notícia.
Eu não sou o Museu Casa do Botão.
O Museu Casa do Botão é isto aqui.
É o menor museu da América Latina, só perdendo para o Museu das Pulgas de Bucareste.Como todo museu que se preze, o nosso também está a um palmo do nosso nariz, colado em nossa pele e no qual pegamos (tocamos) em média 37 vezes por dia. Por estar tão próximos de nós, nada sabemos a seu respeito, muitas vezes nem quantos furinhos ele têm. Mas nos interessamos muito pelas coisas que estão longe de nós, assim como manchas solares que estão à 300 bilhões de quilometros da Terra; rabos de cometas e esquecemos o nosso. Discos voadores; vidas em outros planetas; nos preocupamos com todas essas coisas e esquecemos o que está perto de nós. Perto de nós está nossa família, que muitas vezes não conseguimos enxergar. A proposta da Museu do Botão é tentar acordar nas pessoas o real sentido da vida, esquecido pelas dificuldades enfrentadas na sobrevivência do dia a dia. Assim como o Botão junta partes da roupa, acreditamos que ele pode também juntar as pessoas e, por conseguinte, idéias. Todo mundo se abotoa igual, mas não pensa igual, por isso é que cada um tem o seu próprio botão.
retirado do livro Pequenas Grandezas: miniaturas de Hélio Leites p.56
Hélio Leites I
(continua aqui)
Unfollow é o novo preto
Escultura e o falecido
– TADINHO DO FALECIDO!