Está provado!

Olha a foto da minha mão:


Agora olha a notícia:

Comprimento do anular indica capacidade esportiva em mulheres

Londres, 28 set (EFE).- As mulheres que têm um dedo anular maior que o indicador costumam ser melhores atletas, segundo um estudo dirigido por Tim Spector, do Hospital St. Thomas, de Londres.

A maioria das mulheres tem um anular menor ou pelo menos do mesmo comprimento que o indicador, por isso um anular mais longo é uma exceção.


Spector analisou com raios X as mãos de 607 gêmeas do sexo feminino de idades compreendidas entre 25 e 79 anos e, após comparar o comprimento dos dedos, chegou a essa surpreendente conclusão.


As mulheres com anulares maiores se destacam na maioria dos esportes, sobretudo nos quais é preciso correr, como acontece no futebol, segundo o estudo, publicado no “British Journal of Sports Medicine”.


Segundo os especialistas, essa correlação se deve ao nível de testosterona a que o feto se vê exposto no útero. Quanto maior for este nível, mais características masculinas a mulher desenvolverá, como força física, fertilidade e capacidade para a matemática.


O maior nível de testosterona também aumenta a probabilidade de morrer antes de um ataque cardíaco, explica Spector.


O comprimento relativo dos dedos da mão já foi associado em outros estudos a diferentes traços da personalidade, como sexualidade, inteligência, agressividade ou habilidade musical.

UOL

Sou ou não sou um gênio da matemática? 😛

PS: Será que deveria largar as aulas de Pilattes e entrar para uma escolhinha de futebol?

Os meninos do Leblon não olham mais pra mim

Por causa da secretária burra da minha oftalmologista, fiquei sem lentes de contato durante quase uma semana. Só não matei ninguém porque temia ter de esperar mais ainda. Quando lembro, o sangue ainda me sobe. Sério: tenho vontade de processar a dita cuja por constrangimento e humilhação pública – por causa dela fui obrigada a sair de óculos por aí.

Como todo mundo que um dia recebeu o diagnóstico de miopia/ hipermetropia/ astigmatismo, eu já usei óculos. Comprei uma armação legal, colocava meu óculos com orgulho, achava que estava estilosa. E, como todo mundo que usa lentes de contato, um dia descobri que era identificada como “aquela de óculos”; cismei que eu era apenas uma portadora daquela armação. Uso lentes há mais de 10 anos e não posso viver sem elas.

O meu óculos é quase transparente e as lentes são anti-reflexo. Fiz ele assim na tentativa de não me sentir tão mal de óculos, mas não adiantou. Pode ser tudo psicológico, mas quando estou de óculos nenhuma roupa me cai bem. Acessórios então, nem pensar, tudo fica demais. Eu tenho que me arrumar e colocar o óculos depois. Sem dizer que sinto meu rosto muito mais oleoso.

O pior de tudo mesmo é a impressão de que estou horrorosa. Quando alguém diz que eu fico com cara de intelectual… GRRRRRRRR! a coisa piora. Como se os óculos cobrissem o rosto inteiro, comprometessem todo visual, me deixassem pesada e séria. Estou há todos esses dias me sentindo péssima, totalmente baixo-estima. Quem tinha razão era o Herbert…

Etiquetei-me

Perhaps eu me etiquete. Não, não farei doce e aqui estão as seis peculiaridades a meu respeito. Só não vou poder indicar 6 pessoas pra fazer o mesmo porque ela indicou quem eu indicaria. Isso que dá ser impopular :/

1. Eu quase nunca uso roupa preta. Pra não dizer que não tenho nenhuma, tenho um casaco impermeável que ganhei da minha mãe e odeio, e só uso em dias de muita chuva; e um pretinho básico, que faz uns 2 anos que eu não uso. Freud explica: peguei ojeriza a cor depois que meu irmão quase morreu. Deu um trabalhão mudar o guarda-roupa, eu era do tipo que usava preto todo dia.

2. Eu tenho dificuldade em comprar anéis. Quando eu quero um anel, tenho sempre que mandar fazer ou apertar. Quando vou numa loja e procuro muito, ou tenho que comprar um de criança, ou coloco o menor de todos no médio da mão direita. Tivemos de esperar 15 dias pra pegar as alianças – a minha era tamanho 11. Aí, quando mudei a aliança pra mão esquerda, ela ficou folgada, sumiu por uns tempos e tive que mandar fazer outra – tamanho 10.

3. Quando fico o dia todo fora, levo um par de meias na mochila. Uso uma de manhã e coloco outra de tarde. Eu não era assim fresca, até que apareceram umas bolhas estranhas no meu pé. Fui no médico e ele disse que meu organismo não conseguia se livrar direito do suor, sei lá, algo assim meio ofensivo. De raiva passei a mudar de meia toda hora.

4. Tenho alergia a sabão. Qualquer tipo de sabão, até neutro e de côco. Demorei anos pra descobrir, coçava e parecia que meus dedos iam cair. Só posso lavar louça de luva. Fico super envergonhada de nunca poder me oferecer pra lavar louça para os outros…

5. Eu julgo pela aparência sim. Quando conheço a pessoa, vejo que impressão ela me causa. Se tem cara de gente má ou boa. E não me engano.

6. Tenho que dormir coberta mesmo no verão. Com uma coberta pesada, de preferência. Meu irmão dizia que eu tinha complexo de defunto.

Pessoas interessantes

Um dia desses, em meio a uma conversa banal, uma amiga disse que tomava remédio psiquiatrico na adolescência. Nenhuma surpresa. Diria até que eu não esperava algo diferente dela – e isso foi um elogio. Isso porque ela é uma pessoa brilhante, inteligente, segura, alguém que tem algo a acrescentar. Eu tenho a estranha Teoria das Pessoas Estranhas; pessoas interessantes na vida adulta nunca são aquelas que tinham uma galera, saiam com a galera, iam no churrasco com a galera, eram populares, bonitas, iam pra balada e gritavam Uhu! Todas as pessoas interessantes que eu conheço foram diferentes de alguma forma: silenciosas, fora do normal, expulsas, CDFs, diferentes, patinhos feios, mal faladas, amargas, mais velhas, terapeutizadas, nerds, problemáticas, radicais, etc.

Isso porque o que o tal “adolescente normal” é um saco. Eu sempre digo pro Luiz que (em teoria) posso entender que meus (futuros) filhos virem várias coisas: punks, militantes, devotos, anti-sociais, roqueiros, micreiros, neo-hippies, geração saúde, ecologistas, e um monte de outras coisas que eu nunca sonhei. O que não dá é alguém que vive pra estar na moda e ser popular*. Se filho meu ficar assim, eu deserdo! Porque exagero tem cura, mas mediocridade não.

* Um bom exemplo disso é a entrevistada do Serginho Groisman, há alguns posts atrás…

Religião

Pra cada um que me pergunta, acabo dizendo algo diferente. Pra alguns, digo que sou hare-krishna (o que ninguém leva à sério), para outros eu sou atéia, muitos acham que sou agnóstica; poucos sabem que gosto de Rajneesh e uns tantos me consideram extremamente mística. Ao longo da minha vida, tentaram me converter pra tudo quanto é coisa, de seicho-no ie à mórmon, passando pelas ameaças constantes de que eu um dia seria uma grande médium. Eu já tentei com sinceridade, mas sou incapaz de ser cristã. Não fui batizada nem nada; adoro chocar dizendo que, se conseguir escapar do inferno, no máximo eu consigo um lugar no limbo – onde estaria muito bem acompanhada pelos filósofos gregos, diga-se de passagem.

Tudo que eu disse acima é verdade. Na realidade, minha posição com em relação a isso é tão simples… e por isso é complicada. Porque a fé se tornou algo muito complicado. Um dia encontrei uma citação que explica com perfeição meu sentimento religioso. Cá está ela:

Quando me perguntam, eu deveria dizer que não sou religioso. Dizendo-me religioso os outros logo pensam que sou adepto de alguma religião. Eles imaginam que as religiões e as igrejas são semelhantes a supermercados, lugares onde a gente vai se abastecer de mercadorias sagradas. Para eles, ter sentimentos religiosos sem freqüentar igrejas ou pertencer às religiões, seria o mesmo que dizer que me abasteço de verduras, frutas, legumes, carnes, leites, cereais, sem fazer compras.

… não há indicações de que Deus tenha concordado em se tornar uma mercadoria a ser distribuída com exclusividade por seus supermercados religiosos. Deus é livre como o Vento, pelo menos foi isso que Jesus disse. Claro que há religiões que dizem que o vento só pode ser obtido engarrafado. Elas se acreditam como distribuidoras de vento engarrafado.

… Sim. Sou religioso. O Universo é meu templo. O ruído dos regatos, o barulhos do vento nas folhas de eucalipto, as cores do crepúsculo, as experiências de arte e de brinquedo são, para mim, sacramentos, fugazes experiências do sagrado. Deus nunca foi visto por ninguém. Mas sempre que tenho uma efêmera experiência de beleza e de amor é como se eu tivesse visto, num breve segundo, uma cintilação do sagrado.

Rubens Alves

Cidades e seus temperamentos

Cidades são como pessoas. Assim como pessoas, elas têm seus próprios mapas astrais e não se dão bem com todos. Quem já mudou de cidade, sabe muito bem que isso tudo é verdade e que eu não sou louca.

Em Salvador é proibido ser tímido. Tímido, reservado, deprimido, ou qualquer coisa meio dark/metal/gótico. Tanto que Marcelo Nova foi o único roqueiro de Salvador por décadas. Toca um axé, e as meninas começam a dançar, no meio da rua. As pessoas se olham e se namoram muito. As coisas são alegres, as cores são vivas, a música batuca. Salvador é tão extrovertida e ensolarada que não há meio termo – ou você é uma pessoa 100% divertida e ensolarada, ou a cidade não é pra você. Se você é do tipo que gosta de ficar no canto olhando sem beber ou pensa um tanto antes de falar… todos começam a te achar muito estranho! Em pouco tempo, você começa a ser um desajustado, que fica mal humorado com a demora e a total falta de profissionalismo; pressa é coisa de gente infeliz. Sulistas raramente se adaptam.

Curitiba tem o céu cinza, como um flog londrino. As temperaturas podem varias 20 graus num mesmo dia. Mesmo nos dias ensolarados, as mulheres saem às ruas de preto – porque é chique, básico e emagrece. É uma cidade introvertida, onde qualquer um que fala um pouco mais alto “não é daqui”. As modas das vitrines aparecem nas ruas e em todos os lugares é possível ser bem atendido. Nunca jogar o lixo no chão é ponto de honra. Qualquer coisa que apele à correção e profissionalismo arranja terreno fértil – aqui, as coisas realmente funcionam. Difícil é superar a polidez curitibana, que sabe humilhar com o silêncio e a frieza no tom de voz. Ou conseguir ser mais do que colega daquele colega que você encontra durante anos, mas a amizade nunca sai disso. Porque em Curitiba é cada coisa no seu lugar e cada pessoa no seu lugar.

De São Paulo posso falar da imensa liberdade de uma cidade que já viu de tudo. Lá, nada do que você é ou faz surpreende – não há esquisitisse já não exista faz tempo em São Paulo. Sendo assim, você pode ser quem quiser, fazer o que quiser. Pode criar seu gueto, pode encontrar aqueles malucos que querem o que parecia que só você queria. Pode viver à noite, pode viver de rosa, pode falar sozinho – todos estão ocupados demais pra prestar atenção. O preço é a dedicação, a constância, a paciência de viver num lugar onde há muito tempo não é mais aprazível viver. A cidade puxa para ela todos os que buscam chances, todos os que sonham num lugar de méritos além das panelinhas. É tão grande que se torna impossível dominar, e o mais comum é viver uma cidade dentro da cidade, onde cada um só sabe se movimentar por itinerários conhecidos. Até que ponto você é realmente bom naquilo que faz? Só indo pra São Paulo pra descobrir.

O que te faz se sentir em casa?

Viajarei de novo. Há muitos anos, esse seria o meu projeto de vida – em menos de 1 mês, conhecer duas cidades diferentes, quase sem custo e estar com amigos. Agora estou velha, casada e chata e não paro de reclamar por causa disso. Juro que se pudesse não iria. Eu vou porque além de velha, casada e chata eu não sou de deixar de cumprir meus compromissos. E meu nome está lá, há meses, como jovem pesquisadora que vai apresentar trabalho na UNICAMP.

Na casa da Camila, fui totalmente adaptável. Fui lá disposta a entrar na rotina da casa e fui amiga de tudo e todos. Agora, já enriquecida e cansada pela experiência, quero mais é ter a minha rotina. Meu plano é chegar lá e choramingar o quanto for possível pra ter um quarto só meu. Se for preciso eu pago. Toda vida sempre tive meu próprio quarto e hoje tenho minha própria casa. Não quero aprender mais nada sobre conviver com os humanos – eu quero espaço!

Do que preciso? De quatro paredes invioláveis. Livre de qualquer olhar, curioso ou não. Sem vida social inesperada, sem vínculos com o mundo exterior, sem que eu precise pedir licença. Nestas paredes invioláveis, quero assistir novela, fazer alongamentos, rezar, andar pelada e dormir só de meias. É pedir muito? É o que eu preciso pra me sentir menos longe de casa.

PS: Espero que conhecer o Sergio Sem Acento seja realmente bom.

Teste do sofá

Como sou uma artista que praticamente não tem contato com o meio artístico, até hoje só tive uma proposta de teste do sofá. E eu sou tão faísca atrasada que levei meses pra perceber o que aquele diálogo significava.

Eu freqüentava o atelier de um escultor famoso em Curitiba. Ele sempre recebia a visita de um Gordo; esse cara passava a tarde lá, conversava com algumas pessoas, via o trabalho do meu professor. Os dois estavam trabalhando num grande projeto, com bronzes em tamanhos monumentais. Tudo muito caro e cheio de status, em resumo. Eu, como aprendiz, ficava no meu canto e assistia tudo de longe.

Um dia, lá estava eu, de macacão marrom, fazendo uma peça. Era a Mulher Soprando, a maior peça que fiz na minha vida, com 1 metro de altura. O Gordo passou lá com uma conversinha mole. Tirou fotos minhas ao lado da peça, me deu as fotos de presente, me elogiou, viu a peça e…
– Essa peça merece um bronze.
– Bronze? Que é isso, ‘merece não. É só um estudo, nem teria onde colocar. Fazer em resina já vai sair caro, quanto mais fazer em bronze!

Aí ele começou a me dizer o quanto era poderoso, que ele era o homem por detrás do meu professor. Que fazia e acontecia, que conhecia gente no governo. Se ele quisesse minha peça virava bronze, ia pra praça, qualquer coisa. Eu disse que não, era bobagem, a peça não merecia aquilo. Ele me mandou pensar, passou lá várias vezes. Eu, muito modesta e ingenua, só olhava pra peça e pensava que ela não merecia virar um bronze.

Epílogo: o Gordo parou de falar comigo meses depois, quando conheceu o Luiz, que naquela época era meu namorado. O Luiz foi padrinho de casamento desse cara – casamento este que terminou quando ele espancou a amiga de infância do Luiz. A peça virou resina, depois a mão quebrou e eu acabei jogando fora. Deve estar enfeitando algum barraco por aí. Até hoje não fiz nenhuma peça em bronze, sou uma artista anônima… mas posso ostentar por aí que esculpo, danço e apresento, só não sento!

Novo template

Nenhuma justificativa nobre ou ideológica para a mudança. Estava passeando por aí e achei este bonito.

E, como uma coisa leva à outra, mudei meu perfil. Tentei colocar link para os blogs amigos e não consegui – sem dizer que devo ter estragado alguma coisa em algum lugar :S