Tempestade

chuva-2-825x550

Depois de um mês de estiagem choveu muito, choveu, finalmente parou e a previsão é recomeçar. Mas o dia passou seco, roupa secando no varal, a noite silenciosa, talvez até mais silenciosa do que o normal, e a previsão de chuva parecia ser mais um erro. Mas os sites não param de noticiar e o Milton posta sobre palco caindo e quer tranquilizar as pessoas. Ponho varal pra dentro e me encastelo toda. Desde que passei a morar em casa, a chuva deixou de ser um ruído na janela que ajudava a relaxar pra ser algo que me acorda de madrugada. A porta da frente, na posição original, deixava entrar muita água, apesar daquela borracha instalada embaixo, e depois de qualquer chuva era certo que a sala inundaria. Também tem a corrida na madrugada pra tirar as roupas da pequena cobertura lá atrás. A Dúnia que tem comportamento estranho em dia de chuva forte, ora deprimida e querendo entrar em casa, ora se colocando num cantinho praticamente descoberto e se molhando toda. Mas, principalmente, começo a pensar em notícias de casas destelhadas, árvores, lugares que inundam enquanto estou quentinha. Morar em casa realmente nos deixa mais próximos da terra, com todo simbolismo que isso tem. Já repararam no quanto as músicas antigamente falavam de fenômenos meteorológicos? Era sunny day, here comes the sun, crying in the rain, long and cold winter…

Variedade

A variedade é muito importante. Nem só de amorzinho vive o amor, nem só de risos vive a comédia. É preciso pausa, nem que seja pra respirar. Na comida, o prato principal é acompanhado de outros, com outros sabores mais neutros. Porque se for tudo salgado e picante, vai ser tanto gosto que não vai dar em nada. Um professor que só elogia é tão ineficaz quanto aquele que só critica. Nem só de polêmicas, profundidades e confidências vive um blog; é preciso dosar senão o leitor se cansa. Qualquer pessoa muuuuito legal fica chatinha em pouco tempo, porque não dá pra aguentar essas sílabas prolongadas durante muito tempo. O mesmo, muito do mesmo, com gente que é muito boazinha. Veneno demais mata, mas uma pessoa que se pretende pura mata também, só que de tédio. Na música, os silêncios são tão importantes quanto as notas; no bom tango, vemos isso claramente. A variedade aumenta a alegria de tudo o que toca.

Ou seja: alguém pode ajustar o termostato de Curitiba? A temperatura vive entre muito-frio e frio-congelante-de-matar. Queria variar um pouco, usar minhas outras roupas, mostrar um pouco de pele.

´tasquiupariu, que clima!

Tenho nada pra falar não, só quero expressar minha revolta. Primeiro, contra as Claudias e Marie Claires da vida, que fazem reportagens irreais sobre moda inverno. O que são aquelas mulheres de bota e shortinho, ou lingerie decotada por debaixo do casaco? Só se for inverno carioca. Seguindo a mesma linha, quero reclamar de ter ido na C&A esses dias em busca de algum casaquinho e não encontrei absolutamente nada de manga comprida. Um monte de vestidinhos, blusinhas, sainhas lindas que eu teria que usar pra dormir, porque mesmo pra ficar em casa seriam fresquinhos demais. Em terceiro, quero apontar uma grande injustiça de São Pedro. Comoassimbial a tempestade de segunda foi conseqüência do calor que fez no domingo? Domingo de manhã fez vinte e poucos graus; de tarde, já estava frio. Por causa de algumas horinhas de alívio a gente é punido com um rio despencando sobre nossas cabeças? Absurdo, desproporcional!

Por último e não menos importante, quero manifestar minha revolta, meu repúdio, meu ódio aos curitibanos que ficam achando muito bonitinho essa cidade estar mofada e com frio em plena primavera. Basta sair um solzinho que meu twitter se enche de #euquerocuritibadevolta #quesaudadesdofrio e #odeiocalor. Tomanocu, tá?